COVID | Como Foi O Último Ano? A Minha Reflexão...

quarta-feira, junho 02, 2021

COVID

A palavra COVID já não é desconhecida de ninguém (infelizmente!). Hoje falo-vos da minha experiência...


Tenho andado ausente do blog, é uma verdade que gostava que não o fosse. Escrever por aqui torna-se moroso e não gosto de o fazer com a mesma leviandade com que deposito conteúdo no Instagram (que btw deviam seguir já - @cortezcomz.pt). Gosto de vir aqui quando me apetece, quando tenho vontade, escrever o que me apetece e faz sentido. Acho que isto é essencial para um projeto resultar (e as 30k de views mensais mesmo ausente são prova disso).

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Estava no sofá a pensar na vida e dei por mim a pensar "quando é que isto tudo termina?", "quando voltaremos a ser totalmente livres?", "quando deixamos de usar máscara?", "quando voltamos a um evento social?", "quando voltamos a ter liberdade para viajar?"... E decidi, pela primeira vez, fazer uma reflexão pública sobre o tema mais badalado dos últimos meses: o COVID!

COVID

COVID? Que é isso?


Fevereiro de 2020, ouvi pela primeira vez "COVID-19". Lembro-me na altura da minha mãe fazer um drama sobre aquilo, de ver alunos meus a dramatizarem imenso e eu a desvalorizar totalmente. Sabem aquelas coisas que vemos nos filmes e achamos totalmente impossíveis de acontecer na realidade? Foi assim que olhei para o COVID nos primeiros tempos. Era o mesmo que eu vos dizer que daqui a 3 anos íamos ter uma invasão zombie, sabem... Todos sabemos que isso não existe.

Lembro-me de na altura chegar a responder a um estado no Facebook de uma aluna minha a dizer que ela estava a dramatizar, que não devia acreditar em tudo o que lia porque havia muitas notícias falaciosas. Lembro-me de pensar inclusivamente que era só uma gripezinha e que também já nos tinham alarmado no passado com a gripe das aves e coisas que tal e que nunca foi muito além disso... Digam-me que não fui a única a pensar assim?!

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E de repente fui internada para ser operada. Nesse mesmo dia (23.02.2020) proibiram as visitas no hospital (um pânico para mim!). Ok, acho que foi aqui comecei a temer que fosse algo mais sério. Um hospital não iria tomar uma medida deste género só porque sim, só porque estava toda a gente alarmada, só porque o mundo estava em pânico. Ainda assim quis acreditar que era apenas uma medida preventiva. Inocente...

Quando saí do hospital, a 27.02.2020, tive de começar a ir diariamente ao centro de saúde levar injeções e fazer os pensos. Menos de uma semana depois, fui proibida de ir ao centro de saúde (e obrigada a dar injeções em mim mesma) porque supostamente pertencia a um grupo de risco (sim, depois da operação não tinha defesas e era altamente suplementada, se apanhasse o vírus podia morrer). E foi aqui que percebi que ok, a coisa era mesmo séria! 

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Entretanto, o meu local de trabalho fecha a 13.03.2020, o país fecha (quase) tudo a 16.03.2020 (com exceção dos serviços altamente essenciais) e "do nada" ficamos todos confinados em casa, sem poder sair (com exceção apenas ao estritamente necessário, que é como quem diz ir ao supermercado, passear o cão e andar de bicicleta). Seguiram-se semanas de incerteza nos trabalhos, nas escolas e foi então que apareceu o teletrabalho e a telescola (ahhh palavras que no futuro nunca esqueceremos...). 

Álcool gel, máscaras, luvas, lavar as mãos, tirar a roupa mal chegamos a casa e tomar banho, desinfetar compras, distanciamento social, compras online... Esta passou a ser a realidade de todos nós. Ok, confesso que não tirava a roupa quando chegava a casa e só desinfetei as compras uma vez (demorei mais tempo a desinfetar compras do que no processo de as comprar mesmo). Acho que na parte preventiva fomos mesmo incríveis (e os vendedores, a puxar os preços, também)

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E claro que foi ver o "português xico esperto" a tentar fintar as ordens expressas de "FIQUE EM CASA"... A malta decidiu toda adotar cães (que coitados agora devem estar por aí...), do nada vimos pessoas a passear peluches, toda a gente virou ciclista (e quando as bicicletas esgotaram em todo o lado?)... Enfim, 1001 motivos inventados para andar na rua... E quando o papel higiénico e o fermento de padeiro esgotaram? E as filas para os supermercados que tinham kms? Aiiii...

Entre março e maio de 2020, os portugueses confinados, conseguiram ser um exemplo para a europa, para o mundo. Tínhamos conseguido conter a pandemia, aquela que em Itália e Espanha devastava milhares. Os shoppings e restaurantes estavam fechados (exceção às lojas de 1ª necessidade). Começou tudo a abrir muito lentamente em maio e só em junho tivemos a abertura de shoppings e restaurantes... Ainda te lembras do medo que era ir comer ao restaurante nesta altura? 

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E no verão a vida foi voltando ao normal, sempre com cuidados mas voltando... Os casos não eram muitos (no final de maio tinham morrido no total 1396 pessoas e tinham sido infetadas 32203 (dados do Observador). Uma realidade tão dispare da atual. Inacreditável como tudo mudou... Sim, de um momento para o outro os portugueses relaxaram, o número de infetados e mortes começou a subir, tudo se descontrolou e cá estamos nós: 17025 mortes e + de 849 mil infetados...

E seguiram-se estados de emergência, estados de calamidade, cercas sanitárias, proibição de circulação, atestados para circular, novo fecho de (quase) tudo, festas ilegais, enfim... E confesso que, por mais força psicológica que qualquer um de nós tenha, não é fácil estar a lidar com isto tudo, com tanta incerteza, com tanto medo, com tantas mortes, com o distanciamento de quem mais amamos.

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Todo este panorama para mim afeta-me em vários aspetos. O principal é obviamente o meu emprego estar em stand by (trabalho num parque de diversões infantil e por isso a minha expectativa de voltar ao normal é baixa). O que será dos parques de diversões depois disto tudo? Depois o que mais me afetou foi mesmo a constante incerteza das mães poderem ou não viajar, de conseguir ver o mano (já que mora na Guarda e eu em Coimbra). E o não ver ninguém quando mais precisava no pós operatório...? Glup!

Falando nisso, sinto que no primeiro confinamento (onde realmente fomos exímios a conter a pandemia), fomos todos exemplares sem querer... Ainda se lembram que não estávamos com absolutamente ninguém fora da nossa casa? Que deixávamos as coisas na porta das pessoas e esperávamos que viesse recolher com distância de segurança? Que não tirávamos a máscara nem por nada...? Pois. Com o avançar do tempo e o nosso conhecimento sobre este vírus estúpido, fomos normalizando e percebendo que, a bem ou a mal, temos de ir vivendo.

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Somos bastante cuidadosos por aqui. Tentamos manter a etiqueta de higiene (usar máscara, lavar as mãos, usar álcool gel...), mas sabemos que não estamos livres. Por muitos cuidados que tenhamos, nenhum de nós está livre. Tentamos proteger-nos ao máximo e quando nos colocamos "em perigo" (como foi o caso de ir a um casamento), fazemos isolamento voluntário para proteger quem está à nossa volta.

Entretanto surgiu a vacina e desde dezembro que a população tem vindo a ser vacinada. Com a vacina surgiram também uns tantos chalupas a dizer que não querem ser vacinados porque a vacina não é eficaz e pode matar e bla bla bla... Mas depois tomam a pílula, fumam, drogam-se... Yaaa! Por mim tudo bem, não tomem que mais rápido chega a minha vez. Falando nisso, li ontem que a malta entre os 20 e os 30 anos vai começar a ser vacinada em agosto. Ainda há esperança de entrar nos 30 já vacinada!

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Há luz ao fundo do túnel...

Aparentemente há luz ao fundo do túnel... Se a maior parte das pessoas for vacinada, a probabilidade do vírus persistir é pouca. Mas na minha cabeça o final disto tudo ainda parece algo bem distante... Dei por mim a pensar "será que daqui a 1 ano tudo isto já terá passado ou estará prestes a acabar?". Mas e como será voltar a sair à rua sem máscara nem álcool gel? Conseguiremos voltar a encontrar pessoas, dizer olá e dar "dois beijinhos"? Parece-me tudo uma realidade demasiado paralela, honestamente...

E penso mesmo muito no "será que isto vai ter mesmo fim?", afinal todas as semanas aparece uma variante mortífera vinda sabe Deus de onde... E todas as semanas vem um especialista dizer que vai vir mais uma vaga... E todas as semanas somos confrontados com notícias de outros países em que a coisa está mesmo mal... E todas as semanas há algo que aparece... Fica complicado imaginar realmente o fim disto tudo.

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Em contrapartida, vi que há alguns sítios (através de pessoas que sigo) a regressar à normalidade, a já não usar máscaras e a ter até eventos (Islândia, Reino Unido, Califórnia...). Não deixo de sentir uma invejazinha, mas ao mesmo tempo não deixo de pensar também se me sentiria segura, sabendo que ainda não foi "exterminado" o vírus... Sei lá. Isto é tudo tão complexo e confuso que, lá está, por muito que queiramos manter o discernimento torna-se complicado.

465 dias depois de perceber que isto era realmente sério (no hospital), penso que posso estar feliz não só porque não apanhei COVID como também porque nunca fiz nenhum teste. Sim, a minha missão enquanto influcenas (que vocês me consideram) é mesmo sobreviver a este bicho sem sequer o apanhar. E não, não consigo ainda apanhar a lógica daquelas pessoas que se gabam dos 75896 testes. 

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Mas calma malta... Isto é um desabafo, uma reflexão, sobre o COVID em si. Tirando o que relatei (de não estar a trabalhar no meu trabalho principal e de ter a família longe, sem saber nunca quando os vejo), 2020 foi um ano incrível (fiz a cirurgia e comprei casa) e 2021 também está a ser muito generoso (já perdi + de 60 kgs, as coisas da casa avançam a bom ritmo e ao nível de projetos pessoais as coisas correm bem)


Se sentirem que o post está um pouco confuso, com alguns erros de construção frásica, desculpem. Escrevi-o sem grande preparação, somente com o que realmente me vai na alma. Quis que fosse assim mesmo, cru, verdadeiro. Daqui a uns anos espero poder ler este texto e sorrir, sorrir porque tudo passou e eu sobrevivi. Esperamos que seja uma missão bem sucedida! Rita do futuro, espero que te estejas a rir de lágrima no olho!

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Uffffffa! Já disse tudo o que pensava, o que planeei. Agora quero saber de vocês, contem-me tudo... Como vocês veem isto tudo do COVID? Como tem sido a vossa experiência com todo este vírus?  Quais as vossas perspetivas sobre todo o panorama de COVID em Portugal e no mundo?

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